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Número de testagem e casos de Covid-19 caem após desobrigação do uso de máscaras

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Marcelo Oliveira e Pedro Piegas (Diário)

Com os avanços da vacinação contra a Covid-19 em todo o Brasil e a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) em lidar com os diversos cenários ocasionados pela doença, o país ganhou força para começar um processo de flexibilização de medidas adotadas desde o início da pandemia. No Rio Grande do Sul, uma das mais emblemáticas foi a desobrigação do uso de máscaras em ambientes abertos em 16 de março. A decisão debatida por comitês, profissionais da saúde, entidades como a Associação dos Municípios da Região Central do Estado (AM Centro), políticos e principalmente, pela a população gaúcha, possibilitou a análise de novos contextos e avanços a nível municipal.   

Em 6 de abril, o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), publicou o decreto 31/2022, que desobriga o uso de máscaras de proteção individual em espaços fechados. O documento recomenda o uso em locais específicos como hospitais, postos de saúde, ESFs, Pronto-Atendimento, laboratórios clínicos, consultórios médicos e odontológicos, clínicas de atendimento à saúde humanas, farmácias e Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI's). E a máscara ainda é um item obrigatório para embarcar no transporte coletivo e escolar, assim como para pessoas com suspeita ou confirmação de Covid-19.


Independente da frequência com que o equipamento individual é visto ainda no rosto de santa-mariense, muitos ainda se questionam se a decisão impactou no aumento da busca por testes e/ou nos índices de casos positivos de Covid-19 no município.

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CENTRO DE REFERÊNCIA 

Com atendimento de segunda a sexta-feira, e também aos sábados, o Centro de Referência Municipal de Covid-19 atende ao público com e sem agendamento. Na manhã de sexta-feira, a dona de casa Vera Chaves, 77 anos, aguardava no local para realizar a testagem contra a Covid-19. Ela relata que, na semana anterior, estava com tosse seca e nariz fechado. Vera já tem o esquema vacinal completo, e mostra, satisfeita, o comprovante com as três doses da vacina Coronavac. Apesar disso, ela quis se prevenir.

- Eu ando sempre de mascara. Só ando na rua sem quando não vem ninguém, porque ainda é cedo. Muita gente não quis fazer a vacina, que eu sei. Então, vou me prevenir para não pegar nada. 

Após a triagem, Vera foi liberada. Enquanto isso, a acadêmica de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Gabriella Trautmann, 21, aguardava pelo resultado do teste de antígeno no local. Ao Diário, ela relata já ter três doses da vacina Pfizer, completando o esquema vacinal contra o coronavírus. Entretanto, tem convivido com alguns sintomas característicos da doença:

- Eu estou com alguns sintomas como coriza, tosse, falta de ar, dor de cabeça. Pode ser que não seja (Covid-19), mas é sempre bom fazer o teste antes de ir a lugares como a faculdade ou o trabalho. 

Com o primeiro resultado negativo, Gabriella fez a coleta para o testes PT-PCR, que consiste uma amostra nasal para diagnosticam com maior precisão a presença do vírus da Covid-19. O material foi enviado para o Laboratório de Diagnóstico Molecular da Universidade Franciscana (UFN), com previsão de até 48 horas para a publicação do resultado em uma área restrita do site da prefeituraSaiba quais são as situações em que ocorre ou não testagem: 

QUEM TESTA

  • Sintomáticos;
  • Quem teve contato com caso positivo e não foi vacinado (com duas doses contra a covid-19), deverá testar após o 5º dia do teste positivo da pessoa com quem teve contato.

QUEM NÃO TESTA

  • Assintomáticos, mesmo que tenha tido contato com caso positivo, desde que vacinados com duas doses;
  • Assintomáticos que não tiveram contato, mas que irão viajar, que o trabalho exigir ou outra situação semelhante.

O Centro de Referência Municipal da Covid-19 está localizado na Rua Conrado Hoffmann, 277, no Bairro Nossa Senhora de Lourdes. O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h30min ao meio-dia e das 13h30min às 17h, e, aos sábados, das 8h ao 11h30min. Os agendamento podem ser realizados pelo (55) 3220-0390 ou pelo WhatsApp (55) 99128-9893.

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TESTAGEM

No final de dezembro de 2021, um convênio firmado entre a prefeitura de Santa Maria e o Estado do Rio Grande do Sul possibilitou que os testes PT-PCR voltassem a ser realizados na cidade. A medida visava não precisar enviar as amostras para o programa Testar RS, do governo estadual, como ocorria desde outubro daquele ano. Desta forma, o Laboratório de Diagnóstico Molecular da UFN tornou-se responsável pela testagem dos exames tipo PCR.

De acordo com o professor, biomédico e coordenador do Laboratório de Diagnóstico Molecular da Universidade Franciscana (UFN), Huander Felipe Andreolla, a redução das testagens é observada desde o inicio do ano, mas não necessariamente pela falta de demanda.

- A partir da metade de janeiro, nós já reduzimos o quantitativo em função de que a Ômicron exigiu que tivéssemos uma nova postura com relação a investigação do diagnóstico de Covid. Naquela época, faltaram insumos, mão de obra, as pessoas começaram a ficar muito doentes e os resultados começaram a atrasar. Houve uma mudança na logística de testagem. O município passou a usar o teste de antígeno como um teste de triagem por ser mais rápido e ter uma boa resposta para os casos positivos. E com isso, a nossa rotina diminuiu muito, mas não porque o vírus deixou de existir ou as pessoas procuram menos. E sim, porque houve uma mudança de estratégia - afirma Andreolla, destacando que, em média, eram realizados de 40 a 50 testes diários.

O pesquisador argumenta sobre o índice de casos resultados positivos após a desobrigação do uso de máscaras em ambientes fechados e abertos:

- Nós estamos acompanhando diariamente os nossos indicadores e, desde a semana epidemiológica 11, em metade de março, não temos percebido uma significativa mudança no perfil, porque continuamos a receber os 40 testes diários. E não houve até o momento uma alteração drástica nesse quantitativo. Seguimos entre 9, 10% de positivos, que já foram previamente descartados pelo teste do antígeno, que não tem uma sensibilidade tão boa quanto o PCR - relata o pesquisador.  

Para Andreolla, Santa Maria tem demonstrado um controle da situação, em comparação com outros momentos da pandemia, graças à cobertura vacinal e às doses de reforço contra a doença, conforme mostra o gráfico abaixo.

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Fonte: Huander Felipe Andreolla e Mayara Rosa Bernicker - biomédicos do Laboratório de Diagnóstico Molecular UFN

PANORAMA

Em entrevista à CDN na última quinta-feira, a Secretária adjunta de Saúde de Santa Maria, Ana Paula Seerig trouxe atualizações sobre o assunto e comentou se houve alteração ou não dos índices: 

- Desde o inicio de abril, não tivemos um aumento do número de casos. Não percebemos isso nos nossos serviços de saúde. Cabe ressaltar que vinhamos de um inicio de ano, que com a identificação da variante Omicron, tivemos um 'boom' de casos no nosso município. Nas duas ou quatro primeiras semanas de 2022, tivemos um número maior. Pelos nossos relatórios, foram mais de 13 mil casos de pessoas positivas no mês de janeiro. Mas, se olharmos no mês de março, esses casos vieram para 1. 968 - relata.

Em abril, até o dia 26, a secretária de Saúde de Santa Maria registrou 1.472 casos positivos da doença. Além a diminuição no número de casos, foi constado também uma redução na busca por testes na rede. A secretária adjunta relata que, até o momento, o maior índice de testes semanais foi o de janeiro. 

- Saímos da primeira semana ou segunda de 2022, com uma média de 1.400, 1.700 testes semanais e uma taxa de positividade de mais de 45% ou 48% e vamos para essa última semana, do dia 22, com uma média de 350, 360 testes semanais. O número de testes realizados no município no setor público diminuiu também. Então, ele vem diminuindo a partir do final de fevereiro e tem se mantido nessa média de 300 a 350 testes semanais.

Com a alta demanda, o Centro de Referência Municipal da Covid-19, localizado no Bairro Nossa Senhora de Lourdes, adotou uma processo diferente para descartar com maior celeridade casos suspeitos ou negativos. O tempo de espera pelos resultados também é comentado pela secretária adjunta de Saúde, Ana Paula:

- Os resultados tem sido bastante breves. Em média, 48h para resultado de PCR. Nós ainda estamos fazendo o processo do teste rápido, também como uma alternativa nos serviços de saúde. Chegou com sintomas, realizamos o teste rápido. Dando negativo e a pessoa sendo sintomático, fazemos a coleta para o teste PCR, o que é uma estratégia para também otimizar o tempo. Como estávamos em um índice muito grande de contagio, na rotina do Centro de Referência, 80% das pessoas que acessavam o serviço no final de janeiro já positivava no teste rápido. Isso dos agendados sintomáticos. Então, essa é uma estratégia que vai continuar nos serviços de saúde.

Além do Centro, mais de 20 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Estratégias da Saúde da Família (ESFs) seguem realizando a testagem contra a doença em cinco regiões do município (confira a lista abaixo).

COLETAS NA REDE DE ATENÇÃO BÁSICA

Região Oeste

  • ESF Alto da Boa Vista (Rua 25 De Abril, junto à Escola Adelmo Simas Genro, no Bairro Nova Santa Marta) - Segunda-feira, das 7h30min às 11h- Telefone: (55) 3212- 6871
  • ESF Roberto Binato (Rua Raineri Danesi, Vila Caramelo, Bairro Juscelino Kubitschek) - Segunda, terça e quinta-feira, das 9h30min às 11h - Telefone: (55) 3212-3010
  • UBS Floriano Rocha (Rua Benjamin Ávila, Cohab Santa Marta, Bairro Juscelino Kubitschek) - Sextas-feiras, das 8h às 10h30min (25 vagas) - Telefone: (55) 3212-1222
  • ESF Victor Hoffmann (Rua Distrito Federal, Vila Rossi, Bairro Pinheiro Machado) - Quartas-feira, das 8h às 11h- Telefone: (55) 3212-4306
  • ESF Parque Pinheiro (Rua Engenheiro Renato Pereira da Cunha, esquina com a Rua Rio Branco, Bairro Parque Pinheiro Machado) - Quarta-feira, das 8h às 11h30min - Telefone: (55) 3213-3800
  • UBS/PA Ruben Noal (Avenida Paulo Lauda, Bairro Tancredo Neves) - Terças, das 8h às 11h, e quinta-feiras, das 13h às 15h30min - Telefone: (55) 3214-1006
  • Centro Social Urbano (Rua Ernesto Alves, Vila Oliveira, Bairro Passo D'Areia) - Quintas-feiras, das 13h às 15h30min - Telefone (55) 3212-1428
  • ESF Lídia (Rua Maestro Ribas Barbosa, Vila Lídia, Bairro Noal) - Quarta-feira, das 8h às 11h30min - Telefone (55) 3221-5546

Região Central

  • Policlínica José Erasmo Crossetti (Rua Floriano Peixoto, Bairro Centro) - Terças-feiras, das 8h às 11h30min (50 senhas) - Telefone: (55) 3921-1097
  • UBS Dom Antônio Reis (Rua Izidoro Grassi, Bairro Nossa Senhora Medianeira) - Quartas-feiras, das 8h30min às 11h30min - Telefone: (55) 3223-5588

Região Norte

  • ESF Kennedy (Rua Vereador Dário Leal Da Cunha, Bairro Salgado Filho) - Terças, quartas e quintas-feiras, das 8h às 11h30min - Telefone: (55) 3921- 1241
  • UBS Joy Betts (Rua Castro Alves, Bairro Nossa Senhora do Perpétuo Socorro) - Quartas-feiras, das 9h às 11h e Quinta-feiras, das 8h30min às 11h - Telefone: (55) 3222-1231
  • ESF Bela União (Rua Cruz Alta, Vila Bela União, Bairro Caturrita) - Terças, das 15h às 17h, e quintas-feiras, das 10h ao meio-dia - Telefone: (55) 3223-4682

Região Nordeste

  • ESF Itararé (Rua Assis Brasil, Bairro Itararé) - Segundas, terças, quintas e sextas-feiras, das 13h às 15h (15 fichas) - Telefone: (55) 3223-9920
  • UBS Mozzaquatro (Rua Félix Manarim, Vila Schirmer, Bairro João Goulart) - Terças-feiras, das 8h às 11h (15 fichas), e das 13h às 15h (15 fichas) - Telefone: (55) 3223-6608

Região Leste

  • UBS Wilson Paulo Noal (Rua Reinaldo Manoel Guidolin, Bairro Camobi) - Segundas, terças, quintas e sextas-feiras, das 13h às 16h (20 fichas) e segundas, das 17h às 20h - Telefone: (55) 3286-2457
  • ESF São José (Rua Antônio Gonçalves Do Amaral, Bairro São José) - Quintas-feiras, das 8h às 11h - Telefone: (55) 3226- 5596
  • ESF São Francisco (Rua Santa Maria, Residencial Dom Ivo Lorscheiter, Bairro Diácono João Luiz Pozzobon) - Quartas-feiras, das 8h às 11h - Telefone: (55) 3212-8736
  • EAP Walter Aita (Rua Luiz Petry, s/nº, Bairro Camobi) - Terças-feiras, das 13h às 16h -Telefone: (55) 3226-8017
  • ESF Maringá (Rua Santo Expedito, Bairro Diácono João Luiz Pozzobon) - De segunda a sexta-feira, das 8h às 11h - Telefone: (55) 3223-2158

Região Sul

  • ESF Urlândia (Rua Valdir da Silva, Bairro Urlândia) - Quartas-feiras, das 8h às 11h - Telefone: (55) 3211-8090
  • ESF Passo das Tropas (Rua Antônio Khol, Bairro Passo das Tropas) - Segundas e quartas-feiras, das 17h às 19h30min - Telefone: (55) 3211-2202
  • ESF São João (Rua Palestina, 335, Vila São João) - Quinta-feira, das 14h às 16h - Telefone: (55) 3212-6085
  • ESF Santos (Rua Antônio Felicio Foletto, 7, Vila Santos) - Quintas-feiras, das 13h às 16h30min - Telefone: (55) 3211-8088

ESPECIALISTAS

Após analisar os dados apresentados pela secretaria municipal de Saúde, a infectopediatria Marceli Bertoncello, afirma que queda dos números de casos positivos pela doença é devido ao índice de vacinação e por maior imunidade. Sobre o número de exames, ele é enfática: 

- A queda do número de exames deve-se a queda de sintomáticos respiratórios. Mas, com o início dos meses de frio, haverá uma retomada de casos, não só de covid, mas principalmente de vírus respiratórios sazonais - argumenta a profissional. 

Para Marceli ainda é cedo para ter certeza de que não haverá novas ondas de doença. Enquanto não ocorrem novas descobertas, o médico infectologista adulto e pediátrico, Fábio Lopes Pedro, faz um apelo a população santa-mariense: 

- Estamos no pós-pandemia. Número vasto de pessoas foram vacinadas, número expressivo de pessoas morreram, e número absurdamente elevado de pessoas anteriormente infectadas. Os casos de covid prosseguirão, como de outras doenças agudas respiratórias e a vida também. Sugiro que as pessoas retomem suas vidas, e quando adoeçam por sintomas gripais, procurem seu médico na atenção primária. Sugiro que as pessoas retomem seu trabalho, seus estudos, seus afazeres e mantenham hábitos de higiene. Quem imagina que as máscaras protegem de algo, que prossigam com suas convicções até porque serão eternas. Então, devem ter um bom estoque de máscaras pela eternidade, pois nem Covid-19 nem outros vírus respiratórios deixarão de existir. 

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